Muitos nunca esquecerão a primeira e única vez que viram Stevie Wonder sem seus icônicos óculos de sol. Foi em seu videoclipe de 1979, The Secret Life of Plants, que foi um documentário inspirado no livro de 1973 com o mesmo nome para o qual ele produziu a trilha sonora.
Com seu sorriso deslumbrante, ele vagou do outro lado do véu de uma vista infinita de girassóis e outras flores, enquanto cantava uma ode às maravilhas do mundo das plantas. Tornando-as as estrelas do show, ele celebrou sua sensibilidade e suas qualidades místicas de originar a vida. Foi hipnotizante. Se você sente uma conexão com as plantas ou simplesmente uma satisfação em ver um lindo espaço verde ou ao dar um passeio pela floresta, você conhecerá essa sensação. Os sons e cheiros da natureza, o gosto do ar.
Na mesma época, durante o florescente movimento do new age, “Plantasia” foi lançado (uma composição musical projetada para o prazer das plantas domésticas), que foi um fracasso absoluto no momento do lançamento – afinal como poderia competir com o surgimento da discoteca cheia de brilho? Recentemente, a Plantasia foi reeditada em vinil, em um disco verde que, é claro, agora é uma joia muito procurada por colecionadores de todos os tipos.
Além do aspecto de novidade, há muitas descobertas bastante divulgadas sobre a maneira como as plantas respondem a vários gêneros de música. As plantas, ao que parece, amam muito a música clássica. Os resultados mostraram de forma consistente que elas florescem e têm um crescimento acelerado quando expostas ao mundo das sonatas e das cordas. Por outro lado, as plantas parecem sofrer com os sons mais abrasivos produzidos pelo heavy metal e pelo rock. A distorção simplesmente não funciona para elas. Elas ficam visivelmente perturbadas após longos períodos de exposição a essas sonoridades. O volume também é um fator importante. Em defesa daqueles que consideram as guitarras Fenders obras-primas - não se sintam desprezados, seus gostos dependem da maneira como o seu cérebro está arquitetado... as plantas apenas ouvem de uma forma diferente.
As plantas "escutam" através de seus estômatos. Essas estruturas são as bocas das plantas, por assim dizer, que se dilatam em resposta a certas frequências, e os tons puros são os que mais produzem respostas. Os tipos de tons harmônicos puros produzidos na música clássica, que são os mais eficazes para estimular a abertura dos estômatos, causam um aumento na ingestão de nutrientes, o que resulta em crescimento e vitalidade geral. Essa é a matemática da coisa. Se as plantas simplesmente preferem Bach ao Slayer, nunca poderemos ter certeza. O que sabemos é que os seres humanos amam a natureza e seus sons naturais e, evidentemente, a natureza também o faz.
As plantas gritam pedindo ajuda quando veem uma tesoura se aproximando ou ficam de mau humor quando são negligenciadas? Elas se animam quando ouvem algo entre 200-300 Hz - a frequência da água corrente. Elas se desenvolvem visivelmente mais em ambientes saudáveis e têm problemas em ambientes tóxicos assim como nós fazemos.
Alguns riem da ideia de que as plantas tenham sentimentos, nem cogitam que elas produzam música, e chegam ao ponto de reduzir todas as descobertas a notação científica e charlatanismo. Deixe-os para lá. Não é preciso ser do tipo que abraça árvores ou joga xadrez com um lírio-tigre para sentir seu animismo e espírito, ou observar as formas de função cognitiva dessa rede superinteligente e onipresente de plantas que antecede a nós, homo sapiens, em pelo menos 360 milhões de anos. Elas devem saber uma coisa ou outra a mais.
Se você já assistiu ao canal BBC Earth ou a qualquer um dos muitos especiais sobre a natureza que discorrem de forma ampla sobre as maravilhas do mundo das plantas e a comunicação avançada que elas desenvolvem, é difícil não ficar admirado e também questionar qualquer um que torça o nariz frente ao assunto como forma de retórica.
No entanto, este é um momento maravilhoso para o renascimento da música das plantas (feita por e para as plantas) de maneiras sem precedentes. Apesar da grande divisão habitual entre o mundo científico convencional e as mentes expansivas da neurobiologia vegetal desde a época de Charles Darwin, o espaço intermediário é um leito fértil para que as espécies de plantas compartilhem seus incríveis sons enquanto nos levam ao seu reino verde-esmeralda.
O desenvolvimento de aparelhos mais acessíveis capazes de interpretar o biofeedback das plantas quando diante de sons harmônicos está causando uma comoção na porção da sociedade que tem sede de conhecimento biológico e deseja se conectar com as melodias encantadoras e despretensiosas dessas estrelhas cheias de folhas. A música das plantas está de volta, mas ela nunca foi embora de fato – os narcisos sempre estiveram nos presenteando com suas flores. É que estamos ouvindo-os mais agora do que nunca, e o motivo não é surpresa para ninguém.
Pioneiros neste campo, como Stefano Mancuso, diretor do Laboratório Internacional de Neurobiologia Vegetal e professor da Universidade de Florença, ajudaram a abrir o caminho para plataformas como a Calm Radio, para que possamos compartilhar essas performances exclusivas com você.
Usando aparelhos delicados personalizados, a instrumentação é conectada às plantas e modulada em um sinal amplificado para o ouvinte. É uma experiência etérea que recomendamos que você experimente. A jornada sonora serena desse gênero de música relaxante é diferente de qualquer outra coisa que você tenha experimentado.
Confira nossos canais organicamente produzidos de Música das Plantas com o Maestro Eric Harry, apresentando: Videira de Singônio, Folha de Figueira-Lira, Árvore de Cróton e Maranta-Bigode-de-Gato. Entre na vida secreta das plantas.
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