Saúde e Bem-estar

Canto Gregoriano: Música para Meditação e Cura

Por Ryan Spooner

Se eu dissesse para você que Radiohead, Duffy, Jack Johnson e Amy Winehouse estavam no topo das paradas do Reino Unido no primeiro semestre de 2008, você não ficaria surpreso. Mas e se eu dissesse que ali, entre esses mega-artistas que lotam estádios, havia um grupo de monges cistercienses de um mosteiro na parte sul da floresta de Viena cantando música litúrgica medieval. Seria muito menos crível, certo?

Bem, em 31 de maio de 2008, foi exatamente o que aconteceu. “Music for Paradise”, um álbum cheio de cantos gregorianos medievais, entrou no top 10 nas paradas pop. Ele também alcançou o 1º lugar nas paradas de música clássica na Inglaterra, na Europa e até nos EUA.

Os monges são oriundos de um mosteiro que remonta a 1133 d.C. As raízes do canto gregoriano são de tempos ainda mais remotos. Então, por que a música antiga era tão popular? Alguns citam a popularidade do videogame Halo, que usou o canto gregoriano em sua trilha sonora. No entanto, o padre Karl Wallner, diretor de comunicações do mosteiro, tem uma explicação diferente. Ele acredita que a música tem um poder calmante, que tem “a capacidade de tocar o coração das pessoas”.

Vamos examinar esses poderes curativos e meditativos, mas antes que possamos ir para lá, temos que começar por aqui...

O que é Canto Gregoriano?

O canto gregoriano é historicamente significativo. Ele permanece como o primeiro exemplo da música litúrgica cristã que foi escrita e preservada.

Ele se desenvolveu principalmente na Europa Ocidental e Central durante os séculos IX e X. Tornou-se a música oficial do culto cristão em meados do século VIII.

A lenda popular atribui ao papa Gregório I a invenção do canto gregoriano. Um fato que os estudiosos refutaram. Ele provavelmente não teve envolvimento direto no desenvolvimento do canto gregoriano, mas foi fundamental para ajudar a reordenar e unir a liturgia.

Por volta de 850, Remígio de Auxerre, um monge beneditino, compartilhou uma história espiritual sobre a origem dos cânticos. Remígio diz que um monge ouviu anjos cantando uma canção. Ele memorizou e trouxe para Roma. A história ilustra a crença dos monges no poder que essa música tinha para o culto.

Como é o Som do Canto Gregoriano?

O canto gregoriano é, bem, um canto. É um tipo de música vocal, cantado sem acompanhamento musical. Cantos são cantados em uníssono, sem rima ou medidor. Os tons aumentam e diminuem de maneira não estruturada.

As características do canto gregoriano são…

  • Melodia de fluxo livre.
  • Textura monofônica, sem harmonia.
  • Sem ritmo preciso, as notas podem ser mantidas curtas ou longas.
  • Tradicionalmente cantada por coros masculinos.
  • Era música de igreja, cantada na missa.

Não se sabe muito sobre o estilo de performance dos cantores na Idade Média. Foi contido e solene, ou houve artistas virtuosos? Existem exemplos de clérigos pedindo aos cantores que se apresentem com mais contenção e piedade - sugerindo que alguns artistas queriam ser o centro das atenções.

O Canto Gregoriano é Música de Meditação?

O membro da Calm Radio Ekhart Tolle listou nosso canal de Canto Gregoriano como um de seus canais essenciais. Como Tolle diz, “a música, como a natureza, ignora a mente conceitual”. O canto gregoriano pode fazer exatamente isso.

A música quase não mudou desde a Idade Média. Ela se mudou das paredes da igreja para muitos outros espaços. Hoje, muitos usam a música para praticar meditação. Alguns clérigos acreditam que cantar cria um padrão de respiração rítmica, semelhante à respiração iogue.

O canto tem o poder de nos trazer ao momento presente – e nos fazer focar na “jornada do agora”, para pegar emprestado o termo de Tolle. Ele é comovente em sua simplicidade. Ele permite que você relaxe, fornecendo música simples para direcionar sua atenção e acalmar sua mente.

O Canto Gregoriano tem Propriedades Curativas?

Muitos no início da Idade Média acreditavam que os cânticos tinham poderes curativos, transmitindo bênçãos espirituais tremendas quando cantados em harmonia.

A ciência moderna está descobrindo que pode haver verdade nisso, embora as pesquisas ainda estejam em seus estágios iniciais. O Dr. Alan Watkins, um professor de neurociência do Imperial College de Londres, mostrou que o canto gregoriano pode diminuir a pressão sanguínea e ajudar a reduzir a ansiedade e a depressão.

Um estudo de 2012 da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo descobriu que o canto gregoriano ajudava a reduzir a ansiedade de mães com filhos hospitalizados.

A American Heart Association constatou que pacientes com doença arterial coronariana que praticavam meditação e canto tinham taxas 50% mais baixas de ataque cardíaco, derrame e morte em comparação com indivíduos que não meditavam.

O Canto Gregoriano é Música Clássica?

Embora o canto gregoriano pareça estar longe da complexidade da tradição da música clássica, não há dúvida de que houve alguma influência.

Seu impacto mais significativo foi no desenvolvimento da notação musical. A igreja queria uma estrutura de missa unificada em toda a Europa. A notação musical assegurou que os cânticos seriam cantados da mesma maneira em todas as liturgias.

A primeira notação consistia em pequenos pontos e rabiscos, chamados neumes. Um monge italiano chamado Guido de Arezzo teve a ideia de usar um conjunto de linhas paralelas ao longo da página, que agora conhecemos como uma "pauta".

Ouvindo Canto Gregoriano na Calm Radio

Agora que você aprendeu tudo sobre o canto gregoriano, é hora de ouvir essa música transcendentemente bela. A Calm Radio possui dois canais dedicados aos poderes curativos e meditativos do canto:

Canto Gregoriano: Música de monges beneditinos e outros coros gregorianos do estilo gótico. Música ideal para meditação e calma.

Cantos do Mosteiro: as mais puras vozes masculinas e femininas cantando em acapella datam de centenas de anos. Surgindo possivelmente antes mesmo dos tempos góticos, o canto gregoriano do mosteiro é semelhante à meditação profunda dos dias modernos.

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