Saúde e Bem-estar

Será que a música pode mesmo nos ajudar a relaxar?

Por Graham Verndon

Muitos acreditam que a música pode, de fato, curar nossa mente, corpo e alma. Quer você pense o mesmo ou não, é impossível negar que a música tem uma habilidade incrível de moldar todo o nosso ambiente. E esta história explora exatamente como ela faz isso.

Em 2011, a Marconi Union, uma banda britânica de Manchester, criou, em colaboração com a British Academy of Sound Therapy, uma música ambiente chamada “Weightless”, que logo ficou conhecida como sendo a música mais relaxante já gravada no mundo. Um estudo científico na época, assim como vários outros que se seguiram, demonstrou que o ritmo lento e cintilante da canção, obtido através de uma combinação de vários princípios musicais, resultou num efeito incrivelmente calmante.

Embora as alegações de que a canção fosse “a mais relaxante do mundo” sejam difíceis de ser provadas em definitivo, os efeitos das músicas calmantes são inegáveis. A ciência moderna provou o que já sabíamos há milênios: a música pode afetar de forma poderosa nosso humor e bem-estar.

“Nós, seres humanos, somos tanto uma espécie musical quanto linguística”, disse Oliver Saks, célebre autor de livros sobre a magia da consciência humana, na obra Musicophilia: Tales of Music and the Brain. “Nossos sistemas auditivos e nossos sistemas nervosos são, de fato, primorosamente ajustados para a música. As respostas emocionais à música podem ser incrivelmente complexas, misteriosas e profundas”.

Especialistas como Sacks enumeraram muitos efeitos fascinantes que a música tem no cérebro humano. Graças à ressonância magnética (MRI) e às tecnologias semelhantes de imagem cerebral, os cientistas podem agora isolar as regiões da nossa massa cinzenta que são envolvidas no processamento da música. E existem muitos deles. A música não afeta apenas uma área central, mas sim toda uma cascata de atividades que iluminam várias partes do cérebro de forma quase simultânea.

Este fenômeno é explorado no best-seller This is Your Brain on Music, de Daniel J. Levitin, neurocientista, reitor da Faculdade de Ciências Sociais em The Minerva Schools da KGI, e ex-líder do Laboratório de Percepção Musical, Cognição e Experiência na Universidade McGill.

“Ao ouvir música, ocorre uma orquestração requintada de regiões cerebrais, envolvendo as partes mais antigas e mais novas do cérebro humano, e regiões tão distantes quanto o cerebelo na parte de trás da cabeça e os lobos frontais logo atrás dos olhos”, escreve Levitin no livro.

Entre as áreas que se iluminam estão as regiões do sistema mesolímbico que envolvem excitação, prazer, transmissão de opioides e produção de dopamina. O cerebelo e os gânglios da base permanecem ativos enquanto ouvimos música e, por muitos anos, os cientistas acreditaram que essas áreas do cérebro estavam envolvidas apenas com o processamento do ritmo e da métrica da música. Mais recentemente, contudo, descobriu-se que o cerebelo também está envolvido na regulação das emoções por meio de conexões com o lobo frontal e o sistema límbico.

Uma recente meta-análise de 400 estudos, na revista Trends in Cognitive Sciences, concluiu que a música pode reduzir drasticamente o nível do cortisol, o hormônio do estresse, e reduzir a ansiedade em até 65%. Surpreendentemente, a música pode até desacelerar nossos batimentos cardíacos.

Uma frequência cardíaca normal de repouso está entre 60 e 100 batimentos por minuto. A canção “Weightless” começa com um ritmo de 60 batidas por minuto e gradualmente diminui para 50. Ao longo de cerca de cinco minutos ouvindo a composição, num misterioso processo conhecido como entrainment (algo como “indução”), o nosso sistema nervoso tenta desacelerar nossos batimentos para coincidir com a batida da música, exatamente como ocorre com os bebês, que sincronizam seus batimentos com os de sua mãe.

Certa vez, Aldous Huxley disse: “Depois do silêncio, aquilo que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música”. E, de fato, talvez a música tenha essa vantagem.

Aqui estão algumas sugestões de canais de músicas de relaxamento semelhantes na Calm Radio. Experimente o canal Sleep. Os canais gratuitos de música relaxante Ambient I Spaces e Ambient II Things também são fontes maravilhosas de composições ambientes e calmantes.

Fontes:

Mayo Clinic: https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/fitness/expert-answers/heart-rate/faq-20057979

London Telegraph https://www.telegraph.co.uk/news/uknews/8830066/Band-creates-the-most-relaxing-tune-ever.html

CNN https://www.cnn.com/2013/04/15/health/brain-music-research/index.html

Livros:

This is Your Brain on Music de Daniel J. Levitin

Musicophilia: Tales of Music and the Brain de Oliver Saks

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